
Sempre que os mercados se encontram valorizados, os investidores que pretendem constituir um novo investimento ficam na dúvida se devem investir ou aguardar. Fará assim tanta diferença esta decisão? Neste artigo explicamos tudo.
Mercados valorizados
Desde a crise financeira de 2007/2008 que os mercados financeiros, de uma forma geral, têm conhecido valorizações sustentadas ao longo do tempo. Esta tendência foi quebrada em março de 2020, quando a pandemia do Covid-19 originou quedas generalizadas. No entanto, as perdas foram maioritariamente compensadas ao longo dos meses seguintes, exceção feita a alguns setores mais sensíveis à questão da pandemia como a aviação, turismo, entre outros.
Chegamos assim a uma situação em que diversos setores se encontram novamente em máximos de sempre (ou perto), o que conduz ao surgimento da dúvida “É um bom momento para investir?”.
“Comprar barato e vender caro”
Se acompanha os mercados financeiros provavelmente já terá ouvido esta expressão. Esta pretende espelhar aquele que é o objetivo primordial de qualquer investimento: comprar um ativo a um preço baixo e vender a um preço mais alto. No entanto, apesar de ser uma afirmação lógica, é bastante mais complexo colocá-la em prática. A principal dificuldade para o pequeno investidor consiste em determinar a definição de “barato” e “caro”. Existe uma ideia generalizada enganadora de que um ativo por ter vindo a subir recentemente significa que está “caro” e um ativo que tenha vindo a descer significa que está barato. Esta convicção pode conduzir a investimentos desastrosos já que é necessário avaliar detalhadamente o potencial futuro do ativo e não apenas a evolução histórica da sua cotação.
E se investir sempre nos topos?
Um dos maiores pesadelos dos investidores é investir no pior momento possível, ou seja, num pico de valorização que precede uma queda substancial na bolsa. A verdade é que um estudo publicado no site awealthofcommonsense.com, demonstra que um investidor que historicamente invista sempre nos piores momentos possíveis, consegue que os retornos a longo prazo não sejam tão catastróficos como seria de esperar.

Quadro 1 – Retornos do S&P 500 após quedas avultadas nos mercados.
Fonte: awealthofcommonsense.com
O quadro acima considera que um investidor entra no mercado precisamente antes de uma queda avultada e mostra quais os retornos a 5, 10, 20 e 30 anos. Nos retornos expostos é possível concluir que para investimentos a longo prazo, mesmo investindo antes das maiores quedas que os mercados já conheceram, o seu investimento poderia não sofrer nenhuma desvalorização massiva.
Este estudo evidencia também os benefícios do investimento a longo prazo. Ao contrário do curto prazo onde as flutuações drásticas podem ser mais vincadas e se torna mais complicado conseguir um retorno positivo, ao pensar a longo prazo nos mercados, torna-se mais fácil conseguir bons retornos. Na crise de 2007/2008, por exemplo, podemos verificar que a queda superior a 50% do S&P 500 já faria parte do passado apenas 5 anos mais tarde, mesmo que o investidor tivesse entrado no mercado no pico de valorização antes de Outubro de 2007.
O melhor momento para investir
Como ficou demonstrado, a verdade é que para investimentos a longo prazo, o momento específico em que realiza o investimento não é tão relevante como muitas vezes poderá ser levado a pensar. Ao longo da duração do seu investimento, as flutuações mais drásticas de valorização acabam por ficar diluídas. Assim, se tem poupanças paradas, a render perto de 0 e procura um investimento a longo prazo, deverá preocupar-se menos com o timing e mais com o investimento concreto a realizar. Procurar a ajuda de uma equipa de gestão profissional que tenha uma oferta de fundos de investimento abrangentes e diversificados, poderá ser um bom ponto de partida!